Despido de si, o uno é sempre um outro, de maneira que somente a poesia possa deflagrar tal dinâmica de alteração e pró-criação do existente, sem explicá-lo ou subjetivá-lo.
A razão entra, sim, no cuidado de revelar a própria emoção poética, sem que a aniquile quando consumada na forma-poema. Dessa consciência, Thássio Ferreira se vale: maneja ferramentas sonoras, rímicas, rítmicas.
Entre aliterações e assonâncias, não joga simplesmente as palavras, nem somente joga com elas. O poeta se joga, sim, à palavra como quem “se entrega ao sol do mundo”.
[ trecho do prefácio de Igor Fagundes]
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