poemas de carnaval

porque a frivolidade, além de minimamente necessária, é a cara do carnaval. porque Bandeira. porque sim. porque podem não ser grandes poemas, mas gosto deles, e nesta folia que não há, em tempos duros, pequenos afetos despretensiosos talvez sejam o que de melhor eu possa oferecer.

pirata e bailarina

 

um pirata fala à bailarina

tão delicada tão feminina

emoldurada ao sol pulsante

(neste exato instante

quando olho a ambos)

que parece querer por fogo

neste paredão caloso

de pedras e mata

tão feminina tão delicada

a cidade em festa!

 

a bailarina sorri

e graças à empatia

que sinto por sua alegria

sou também o pirata ali!

(e também pulso como o sol

em pleno carnaval)

 

 

#

num quarto

de hotel (menos que) barato

um quadro

da praça

Dvortsovaya

 

que fotografo

 

é pérola

de surrealismo

 

pendurada

na parede

do Carnaval

 

 

 

#

dai-me, deus do céu

um corpo que dança

como um xequerê e

prometo ser fiel

 

 

#

carnaval. onde?

no Recife

onde mais?

quanto mais

forte a chuva

bate (e bate)

alto mais

muito mais!

o maracatu responde!

 

 

#

carnaval

é se interessar

(e ver passar…)

pelo amigo do amigo

da juanita

 

— história real

 

 

(de vários carnavais, reunidos na Vício Velho)

 

Livros

lagarta chã

Daí a brisa forte e sadia que vem deste novo livro de Thássio Ferreira, muito felizmente chamado lagarta chã. Algo que responde ao mundo, mas anseia o que não se contenta na resposta – antes convoca, aponta, desdobra.

O que temos aqui é, como nunca deixará de ser necessário, um encantamento múltiplo com o ponto mais chão, a coisa mais chã: das turbinas às lagartas, dos mucos às galáxias, passando pelas casas, as plantas, os poetas, os corpos, as parafernálias que fazem uma vida, muitas vidas.

(Guilherme Gontijo Flores)

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Nunca estivemos no Kansas

Vinte e dois contos que transitam por diversos cenários, relações humanas e estruturas narrativas, construindo uma cartografia de arestas e descaminhos, desde um idílio qualquer onde nunca estivemos — individual e coletivamente — até o presente e além.

Parte dos contos reunidos angariou prêmios como Off-Flip (2019) e Prêmio Cidade de Manaus (2020), foi finalista do Prêmio Sesc (2017) e publicada em veículos como Jornal Rascunho, Revista Garupa e Vício Velho.

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agora (depois)

Em seu terceiro livro, Thássio Ferreira desnovela a linha do tempo de uma história de amor, de trás para frente, em 52 poemas organizados em duas partes: um “agora (depois)” instalado com a separação; e o “agora” anterior, do início do relacionamento até sua crise. Dividindo esses dois tempos, um retrato em prosa do momento fatal em que o barco se desamarra do cais.

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Itinerários

Itinerários, de Thássio Ferreira, vencedor do I Concurso Literário Editora UFPR, em sua linguagem agradável, técnica refinada no uso de rimas internas e externas, ritmos cadenciados, ecos verbais e temáticos, bem como suas aliterações e assonâncias sutis, promovem uma poesia impactante que envolve e encanta.

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