pirata e bailarina
um pirata fala à bailarina
tão delicada tão feminina
emoldurada ao sol pulsante
(neste exato instante
quando olho a ambos)
que parece querer por fogo
neste paredão caloso
de pedras e mata
tão feminina tão delicada
a cidade em festa!
a bailarina sorri
e graças à empatia
que sinto por sua alegria
sou também o pirata ali!
(e também pulso como o sol
em pleno carnaval)
#
num quarto
de hotel (menos que) barato
um quadro
da praça
Dvortsovaya
que fotografo
é pérola
de surrealismo
pendurada
na parede
do Carnaval
#
dai-me, deus do céu
um corpo que dança
como um xequerê e
prometo ser fiel
#
carnaval. onde?
no Recife
onde mais?
quanto mais
forte a chuva
bate (e bate)
alto mais
muito mais!
o maracatu responde!
#
carnaval
é se interessar
(e ver passar…)
pelo amigo do amigo
da juanita
— história real
(de vários carnavais, reunidos na Vício Velho)